segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Escritora percorre o mundo e conta segredos de infiéis

Pamela Druckerman começou a pesquisar a infidelidade depois de receber cantadas de brasileiros casados, quando morou em São Paulo como correspondente.

Ela está ficando conhecida como Miss Infidelidade. Bonita, Charmosa e com senso de humor, a jornalista americana Pamela Druckerman morou no Brasil e aprendeu os conceitos locais sobre o ato de trair. “As mulheres precisam de um motivo para trair. Os homens precisam apenas uma mulher”, afirma a escritora.

Pamela Druckerman não fala português, mas não esqueceu o que ouviu em São Paulo, no ano 2000, quando foi correspondente de um jornal americano. Ela começou a pesquisar a infidelidade depois de receber cantadas de brasileiros casados.

“Eu senti no Brasil que não há, como nos Estados Unidos, o sentimento de que, se você é casado, as portas estão fechadas e que a festa acabou. No Brasil, existe a sensação de que a festa continua e pode continuar”, comenta a jornalista.

Na entrevista em Paris, onde vive, Pamela diz que recusou as cantadas dos brasileiros e sentiu um grande choque cultural. “Eu tentava ensiná-los sobre as suas responsabilidades com as suas mulheres. Eu era um pouco ridícula”, diz.

Na mesma época, uma traição escandalizava os Estados Unidos. O então presidente Bill Clinton foi obrigado a revelar um envolvimento com a estagiária Monica Lewinski.

Motivada pelas notícias e pelas experiências pessoais, Pamela viajou o mundo e ouviu desde japonesas idosas que nunca tinham falado sobre sua intimidade até homens russos que mantém esposas em mais de um país.

“Coisas pequenas fazem a diferença. O jeito que as pessoas veem o seu próprio corpo, por exemplo. Eu fiquei impressionada com o fascínio que os brasileiros tem pela bunda”, ressalta Pámela.

O resultado da investigação da escritora americana é um livro que faz um retrato jornalístico da infidelidade no mundo.

Comum a todos, segundo ela, é a dor que a traição provoca, até mesmo na ,África onde existe a poligamia. “Eu descobri que a infidelidade causa problema em qualquer lugar do mundo. Mesmo nas pequenas cidades africanas, encontrei mulheres desesperadas e chorando, por causa das traições dos maridos. Tentando trazê-los de volta para casa”, conta.

A jornalista revela curiosidades. Na Rússia, aconselham: “desconfie se o seu marido ou mulher, de repente, começa a cantar no chuveiro”. Nos Estados Unidos, os homens não contam nem ao melhor amigo que estão traindo a mulher.

Já no Brasil, “quando você vai a um churrasco no fim de semana, os homens se reúnem numa roda para contar vantagem e falar das suas aventuras extraconjugais que tiveram. Não é um tabu. Isso até os faça ficarem bem frente a seus amigos”, declara Pámela.

A infidelidade dos italianos não está no livro, mas se a jornalista fosse a Roma encontraria muito material disponível. O chefe do governo foi acusado de escândalo sexual por uma garota de programa, e a mulher dele pediu o divorcio. Ao contrario dos Estados Unidos de Clinton, nada aconteceu com o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, além de uma leve queda na popularidade.

Patricia Dadario, a prostituta que afirma ter dormido com o primeiro-ministro e gravou parte das conversas que manteve com ele, ainda continua nas manchetes. O caso está sendo investigado pela procuradoria de Bari.

Trair ou ser traído, na Itália de hoje, é visto quase como uma banalidade. No país, onde até 40 anos atrás, existia o crime de adultério só para as mulheres, agora elas traem na mesma proporção deles, o que não acontece no Brasil.

“O risco para as mulheres que traem é muito alto no Brasil. A punição para as mulheres é muito maior que para os homens no Brasil, enquanto que na França os dois estão no mesmo nível”, afirma a escritora.

Ao conhecer as diferentes culturas, Pamela Druckerman acredita que cada um pode escolher o que é melhor para si.

Miss Infidelidade se confessa muito fiel ao marido, com quem tem três filhos e diz que adoraria voltar a morar no Brasil um dia. “Talvez eu não deixasse o meu marido sozinho no carnaval”, brinca Pamela.

E vc, já foi infiel? Cuidado!!! kkkkkkkk

Globo Repórter - 31/07/2009

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